O Sonho

Um linchamento público seria gentil demais para a criatura desprezível que te machucou. Vamos por um momento deixar nossas mentes livres para que determinemos exatamente que punição seria adequada.

Comece por arrastá-lo ao tribunal. Deixe-o aceitar as consequências. Deixe os acusadores dele apontarem o dedo. Deixe o ódio deles irromper como vômito sobre a cabeça dele. Faça-o suar enquanto eles gritam suas gélidas acusações. Na verdade, só por diversão, vamos fazer três tribunais – um julgamento após o outro após o outro. Mas isso de forma alguma acerta as contas.

Contrate assassinos profissionais. Com a linguagem mais vil eles cospem nele; degradando o brinquedinho humano deles, enquanto o atacam com seus punhos. Aqui vai uma ideia: vamos vendar os olhos dele, para que ele espere em terror, nunca sabendo quando ou da onde a próxima pancada repulsiva virá. Golpe sobre golpe arrebenta sua face e corpo. Demore-se! Faça-o cambalear! Mais! Mais! Finalmente, ele está completamente quebrado. Ele está soluçando incontrolavelmente, lágrimas inundando seu rosto ensanguentado, desejando ardentemente misericórdia. Isso é divertido! “Você não é tão durão agora!”, você ri. “Qual o problema, garotão? Não aguenta um pouco de dor? Vá em frente – rasteja aos meus pés! Contorça-se como o verme que você é!” Você está sorrindo de orelha a orelha.

Mas nós precisamos de alguns instrumentos que inflijam mais dor do que punhos. Um chicote? Os assassinos arrancam as roupas dele e surram suas costas despidas. Estalo! Ele grita à medida que o chicote arranca sua pele. O sangue jorra. Excelente! Estalo! O chicote cruelmente continua, arrancando mais pele. Agora você o tem exatamente onde quer. Ele está clamando de dor; arruinado, suando, ensanguentado. Você está rindo histericamente. Estalo! Grito. Estalo! Grito. Esfole a pele dele! Estalo! Estalo! Estalo! Estalo! Não afrouxe – que misericórdia ele teve quando arruinou sua vida? Pulverize as costas dele! Estalo! Estalo! Estalo! Estimule sua fúria. Lembre-se da maneira suja que ele te tratou. Estalo! Estalo! Estalo! Estalo! . . .

Oh, não! Ele perdeu a consciência. Jogue água nele. Sacuda-o. Dê tapas nele. Ótimo! Ele está consciente de novo! Estalo! Ganido. Estalo! Ganido. Estalo! Estalo! Você acabou com a pele das costas dele. Vire-o. Estalo! Estalo! Estalo! Estalo!  . . . Continue! Mais! Mais!

Droga! Você não consegue mantê-lo consciente por mais tempo. Você terá que esperar algumas horas antes dele acordar novamente. Isso dará a você mais tempo para imaginar novos horrores.

Finalmente! Ele acordou! Você zomba dele, enojado. “É hora de acertar as contas, inseto!” Derrube-o. “O seu dia chegou!” Exiba-o pelas ruas movimentadas, com todos sabendo que ele é um criminoso condenado. Incite o povo a expelir veneno nele, assobiando, xingando, e desprezando-o como a lama nauseabunda que ele é. Ele tomba ao chão. Bata nele até que ele se levante e tropece mais uma vez. Alguns passos mais e, de novo, ele está caído. Outra oportunidade maravilhosa para golpear essa vida baixa. Os assassinos tem que levá-lo, afinal.

O que de novo nós podemos tentar? Já sei! Vamos deixá-lo nu! Embaraçosamente nu! Exposto totalmente; humilhado em frente aos olhos críticos, penetrantes e abobalhados da multidão em riso: homens, mulheres e crianças zombando. Agora precisamos de um novo instrumento de tortura; algo que fará cada segundo puro inferno, mas o manterá vivo minuto após interminável minuto; hora após interminável hora. Faça o mínimo movimente – cada respiração – uma fonte de tormento, enquanto continua totalmente exposto, com todo farrapo de decência arrancado dele, para que as multidões zombeteiras continuem a devorá-lo com os olhos. Exiba-o como um inseto capturado, sem lugar algum para esconder a vergonha dele, nenhuma pedra para se ocultar, enquanto o mundo arregala os olhos. As multidões estão o provocando e caluniando, mas ainda falta algo. Já sei: o fedor pestilento da ofensa desse inseto chegou ao mais alto céu. O Deus Todo-Poderoso deve estar furioso pelo que esse depravado fez com você. A injustiça alguma vez já lhe provocou uma ira incontrolável? Isso não é nada, comparado ao terrível tornado de ira divina diante dessa injustiça. Se um rato está bravo, você pode rir em silêncio; se um urso cinzento está nervoso, você pode ter medo; mas, se o Todo-Poderoso está nervoso, não há emoção humana para expressar o terror congelante que se instala na vítima. Toda escala concebível de puro pavor é explodida por esse terror. Morrer a morte mais violenta mil vezes é mais preferível. O Juiz de toda humanidade – o Deus que colocou as estrela ardentes no espaço – lança torrente sobre torrente da fúria terrível dele sobre essa patética desculpa de homem.

De certa forma, seria requintado manter essa tortura eternamente, mas a terra deveria ser livre dessa besta desprezível. Mais significante ainda, você precisa encerrar o caso, para que possa finalmente continuar com sua vida. Caso contrário, como um câncer mortal, o desejo de vingança iria te devorar por dentro, te destruindo aos poucos.

Então, afinal, o corpo dele afunda na morte.

Agora, pegue uma lâmina longa e suja, e dê seu último ataque. Desafogue sua ira nesse corpo podre. Alegremente rasgue o cadáver, deixando-o aberto, com raiva. Mergulhe abaixo das costelas. Leve até o coração. Agora, mutile aquele órgão sem vida. Sim! Não há nada restante desse animal, a não ser carne e farelo. Ele está morto! Saboreie essa palavra:

Perfeito?

Doce vingança! Mas, espere. Embora você precise dele morto, seu tormento durou mais que o dele. Como essa discrepância pode ser corrigida? Em breve aplicaremos nossas descobertas de uma maneira bem prática, mas enquanto usamos nossa fantasia para definir o ideal, não vamos nos limitar ao que parece possível. O que seria perfeito é se, de alguma forma, ele pudesse ter sabido desde criança que esse horror o esperava. Deixe-o temer isso, pesadelo após pesadelo, dia após dia, ano após ano, a vida inteira.

Perfeito! Quase. Só está faltando um elemento. Um tratamento brutal e desumanizador é apenas o que essa cobra rastejante merece. É um forte contraste ao que ele te fez. De forma alguma você mereceu a maneira vergonha que ele te tratou. Não seria uma vingança primorosa se, de certo modo, ele pudesse ser totalmente inocente – tão puro quanto a neve; mais amável e gentil que qualquer um – e ainda assim impor sobre ele todo o tormento que detalhamos! Agora sim, se isso fosse possível, seria verdadeiramente justo.

A Emocionante Realidade

Esta, tão macabra e desagradável quanto se lê, é exatamente a punição que se enquadra ao crime contra você. Não é exagero. O próprio Deus afirma que a ofensa que você sofreu foi tão bruta que merece cada mínima parte dessa tortura, terminando, por fim, numa morte agonizante. Na verdade, o Juiz de toda a humanidade concorda tão apaixonadamente com essa taxação, que é exatamente o estridente tormento que ele colocou sobre si mesmo para garantir que a pena pelo crime contra você fosse pago, até a última gota de sangue.

Eu estive detalhando o tratamento que Cristo recebeu das mãos das pessoas que ele amava. É estupefante quantos elementos do medonho julgamento de Jesus combinam perfeitamente com o que você sofreu. Por exemplo, você provavelmente se sentiu traído. Jesus foi traído. Talvez as pessoas suspeitassem que você estivesse sendo maltratado, e não fizeram nada para intervir. Foi o mesmo com Jesus. Talvez você se sentisse abandonado por Deus. Jesus também.

“Você faz soar tão pessoal,” diz alguém, com dor na voz, “Certamente Jesus morreu por todos, não só para me confortar.”

Sua cura depende de compreender esse único ponto: Jesus sofreu especificamente por você. Fosse Deus como todo mundo que nós conhecemos, ele evitaria se focar em você, como se você e seu ofensor fossem as únicas pessoas do universo. Fosse Deus como todo mundo que nós conhecemos, ele seria incapaz de se focar em você e seu ofensor, como se vocês fossem as únicas pessoas do universo. Mas Senhor infinito, que tudo sabe, é completamente sem essas limitações.

Para a mais vaga ideia da grandeza da atenção e devoção de Deus por você, imagine alguém que não tem distrações na vida. Ele é totalmente apaixonado por você, o mundo inteiro dele gira em torno de você. A única razão para ele viver é te fazer feliz. A singularidade de Deus e a inconcebível intensidade da devoção generosa por você significa que qualquer analogia está repleta de buracos. Um dos muitos buracos na anterior é que ela não dá abertura para a vastidão assustadora do conhecimento íntimo do Senhor Infinito sobre você. Ele te conhece não só melhor do que qualquer um conhece, mas incompreensivelmente mais profundo do que você mesmo poderia se conhecer. A atenção de Deus para tudo sobre ti, desde cada molécula sua, é tão ilimitadamente vasta que funde os circuitos do cérebro humano manter um conhecimento tão detalhado e compassivo de ti e tudo que te envolve. Você é o foco do amor divino.

Não é difícil reconhecer que com o intelecto infinito e espantosas habilidades sobrenaturais, Deus tem o poder para nos tratar dessa forma. Muito mais difícil é acreditar que nós somos importantes para Deus. Por todas as nossas vidas, o tratamento que recebemos de outras pessoas fica nos dizendo que nós somos antes insignificantes, e não tão cativantes. Nós continuamos caindo na ilusão de que Deus deve ser como todas as pessoas débeis e egoístas que já conhecemos. “Ninguém poderia me amar assim,” são as tristes palavras que pessoas cuja experiência foi limitada ao amor humano. Para você, essa limitação pode ser explodida em breve. Você pode estar à beira da descoberta mais excitante da vida.

As ações de Jesus foram dirigidas especificamente para você. Dessa perspectiva, não poderia ter sido mais pessoal. Quão pessoal parece para ti depende de quão profundamente você compreende a perspectiva de Jesus. Você pode esquecer os outros: sua dor seca o coração dele. A ansiedade de Cristo para te ver livre da angústia é tão esmagadora que nenhum terror, ou dor, não importa quão extrema, poderia desviá-lo da determinação de restaurar sua honra e vingar a injustiça que você sofreu.

“Não é bom o suficiente!” alguém critica.

Jesus não é bom o suficiente?

“Bem . . . ele é bom de mais. A pessoa que me fez mal deveria sofrer. Jesus era inocente. Ele não merece sofrer o que sofri.”

Nós observamos que o sofrimento do seu ofensor não equilibra realmente a situação, porque o sofrimento dele é merecido, enquanto o seu não era. Contudo, eu entendo sua preocupação. A singularidade da pessoa de Jesus e do amor dele por você o permitiram fazer algo que nos deixa espantados. Nos próximos parágrafos, eu gostaria de te levar através das questões perplexas que isso gera.

Antes de fazê-lo, entretanto, nós precisamos ver a questão em perspectiva. Vamos concordar que seu tormento foi tão horrível que toda uma série de coisas aparentemente impossíveis precisaria ocorrer para que todo o mal que você sofreu fosse consertado.

O amor sacrificial de Cristo por você é tão sem escala, e tão sagrado, que eu dificilmente posso carregar o pensamento de implicar que ele não é suficiente. Todavia, se Cristo não fez nada além de morrer uma morte agonizante por você, então ao invés de ser adequadamente compensado pelo que você sofreu, eu concordo que há um sentido em que você pode legitimamente alegar não ter sido compensado de fato.

Para consertar o mal que você sofreu, as seguintes coisas precisariam acontecer:

* Você precisaria de cura total de cada ferida física e emocional que o seu ofensor infligiu.

* Mais do que um fim para a sua angústia atual, você precisaria ser compensado totalmente por cada grão de angústia passada e por todos os anos de prazer sem igual que você perdeu. Você precisaria ser tão abundantemente compensado que você não teria o menor pesar de que isso aconteceu. Está além das fronteiras da imaginação humana conceber algo tão maravilhoso que pudesse fazer isso. Mas, e se realmente há um Deus que dá vida eternal e é capaz de infinitamente mais do que nós possamos sonhar. E se o Todo-Poderoso se importa com você tão profundamente que reservou recompensas tão surpreendentes que elas fazem as melhores coisas na vida terrena parecerem patéticas?

* Você precisaria que todos que importam para você compreendessem completamente como você sofreu, e tivessem empatia por você.

* Sua honra deveria ser completamente restaurada.

* Todos precisariam saber que de forma alguma você mereceu ser tratado da forma que foi. Você, você mesmo, precisaria certeza de que o que você sofreu não foi punição de Deus, e precisaria ser liberto de cada traço de culpa – uma grande questão para vítimas de abuso sexual, por exemplo.

* Você precisaria saber que é amado tão ternamente e apaixonadamente que mesmo quando você pensou estar sofrendo sozinho, essa pessoa especial que se preocupa com você tão profundamente estava com você em espírito, a cada momento compartilhando sua dor.

* Você precisaria ver a justiça totalmente executada da sua parte, para que ninguém minimize a gravidade da ofensa contra você, e cada aspecto seja sobriamente tratado.

* Seu ofensor deveria perceber quão errado ele estava quando te machucou. Ele precisaria se dobrar de remorso sobre o que ele fez, e precisaria querer seu bem-estar tão ardentemente quanto ele queria te machucar anteriormente.

* Você precisaria saber que o que sofreu não foi uma perda sem sentido, mas que tão mau e sem significado quanto foi originalmente, será transformado em uma pedra de reforço sem igual, para satisfação e realização que de outra forma você não teria. Que as tentativas do seu ofensor de te derrubarem na verdade te levantem é de fato uma doce vingança!

Nós vamos examinar cada um desses sérios assuntos. Já que nós só podemos fazer isso com um de cada vez, é inevitável que enquanto eu estou lidando com um aspecto do assunto, você ainda terá outras necessidades gritando por atenção. Então eu imploro que você seja paciente. Por favor, tente se focar no assunto em questão, e saiba que nós chegaremos aos outros em breve. Até lá, deixe-me te assegurar que o amor do Todo-Poderoso por você é tão espantoso que ele repetidamente fará por você coisas que são humanamente impossíveis. Embora na terra você dará passos gigantes para receber compensação total, seu tempo na terra não é nada além de uma fração infinitesimal da eternidade; e a eternidade é o domínio no qual você experimentará a compensação definitiva e restauração. Por exemplo, um aspecto do paraíso é que nós não precisaremos mais nos submeter às limitações que não permitem que as pessoas entendam seu coração e o que você sofreu.

Nós deveríamos tocar num último assunto para ajudar nossa perspectiva. É por causa do amor assombroso de Deus que ele quer te restaurar. Não é como se as coisas que você sofreu fossem de alguma maneira obra de Deus. A pessoa que te machucou estava quebrando as leis de Deus e o coração dele; desafiadoramente fazendo exatamente o oposto do que Deus queria. O dilema divino é que você – o querido do coração de Deus – também escolheu quebrar as leis de Deus, assim como o resto de nós. Nós sofremos porque vivemos em um mundo onde as pessoas machucam umas as outras como manifestação dessa rebelião contra Deus e os caminhos dele. Para que Deus parasse com a maldade e sofrimento por destruir cada um no momento em que eles estão prestes a se rebelar contra ele e seus amorosos caminhos, ele teria que destruir toda a raça humana antes que nós sequer tivéssemos nascido. Dizer que Deus deveria tolerar certa rebelião contra seus amáveis caminhos (aqueles que você e eu cometemos e tentamos nosso melhor para desculpar), mas não outra rebelião, seria o auge da hipocrisia. Nós adoraríamos mandar descer fogo sobre todos que nos machucaram, mas nós queremos que o divino Juiz deixe passar as vezes que nós – através de mentiras, traições, roubo, ou o que seja – machucamos outros. O Senhor, não importa quanto ele nos ama, não pode ser parceiro em tal padrão dúbio. O Santo Juiz precisa ser completamente imparcial. A hora em que todo o mal será aniquilado está próxima de nós. Todos que não permitiram que a santidade de Cristo entrasse em suas vidas através da união espiritual com ele serão destruídos. Cada segundo que o Todo-Poderoso contém o impulso explosivo de destruir todo mal é também outro Segundo em que bilhões de pessoas que ele ama tem outra chance de vir a Cristo antes que seja tarde de mais.

Então, agora que tivemos essa pequena visão por cima, vamos retornar à questão em mãos: sentir-se inconfortável com a noção de Jesus sendo torturado ao invés daquele que nos machucou.

De fato, é de cortar o coração ver tal crueldade derramada na pessoa mais dócil que a terra já viu; que o mais inocente da humanidade seja tratado como o mais desprezível dos criminosos. E ainda desejar por vingança além disso é tratar com desprezo o sacrifício dele e jogar desprezo sobre o maior ato de amor que você jamais receberá. É claro, Jesus não mereceu nada do que ele sofreu, mas ele escolheu isso por você. A qualquer momento ele poderia ter caído fora, mas ele suportou cada escória da devastação e dor insensível porque você é especial para ele. Movido pela paixão dele por você, ansiando por defender seu nome, ele se forçou a suportar. Tão precioso é você para ele que ainda mais insuportável que a tortura vergonhosa contra ele, foi o pensamento do crime contra você sendo varrido para debaixo do tapete. Para ele, o ultraje que você sofreu importa enormemente.

Se alguém profundamente apaixonado por você entendesse a extensão da sua dor, isso quebraria o coração desse alguém. O incompreensível amor de Jesus faz com que mesmo sem a agonia dele na cruz, ele ainda teria sofrido dor emocional só porque você se feriu. A torturante dor física de Jesus foi só uma consequência lógica da dor interna dele por você, mas ao sofrer fisicamente ele foi capaz de fazer algo imensamente pratico tanto para te confortar, como para restaurar sua honra. Ele não podia ficar de braços parados e te ver sofrer. O amor o obrigou a intervir. Onde ele estava quando você estava sofrendo injustiça? Ele não estava somente lamentando por você; o eterno Filho de Deus, que você acha que foi lento de mais para responder seus gritos de ajuda, estava dois mil anos terrestres a frente de você, já tendo sofrido por ti, para que o alívio estivesse te esperando, no instante em que você percebesse o que ele fez por você. Aquele que você imaginou que não se importava com sua angústia se preocupou tão apaixonadamente que sofreu toda a sua dor. Por Deus não escolheu impedir fisicamente de quebrar as leis e o coração dele por machucarem os outros, você incluso? Este é um assunto complexo, com o qual eu lido nos links ao fim dessa webpage. No momento, fique satisfeito em perceber que se não houvesse desvantagens em simplesmente impedir as pessoas de machucarem umas as outras, Aquele que sofreu tanto por você teria escolhido a saído fácil.

“Eu não quero que um inocente sofra.”

Mas você não era inocente quando foi brutalmente maltratado? Uma característica importante do que você sofreu é que você não merecia aquilo. Então, como essa ofensa poderia ser reparada ao somente dar a alguém o que ela merecia? Quando bolamos os aspectos da punição perfeita, nós decidimos que a pena que combina com o crime deveria ser, teoricamente, infligida sobre alguém tão inocente quanto você. Isso nos faz recuar em horror, e mesmo assim não há outra maneira de perfeitamente equilibrar os pesos. A intervenção de Jesus de repente traz à realidade o que parecia um sonho impossível. Aos olhos de Jesus, a medonha ofensa contra você garantia a reação mais severa imaginável. Você sofreu injustiça, então, para restaurar sua honra, Cristo voluntariamente se permitiu sofrer a injustiça definitiva. Ele era inocente, não apenas relativamente à besta que te machucou, mas no sentido absoluto – inocente num grau desconhecido em toda a humanidade. À deslumbrante luz da perfeição santa dele, a mais pura e doce das virgens é contaminada. E esse Inocente dos inocentes sofreu o mais vil dos abusos físicos e espirituais pelo crime contra você porque você é muito importante para ele. Isso é muito mais que um punhado de flores e um pedido de desculpas murmurado. Essa é a restauração irrevogável da sua honra.

“Isso é surpreendente. Mas eu ainda quero que a pessoa que me machucou sofra.”

Você está certo em pensar assim, por si mesmo, o tormento de um inocente não pode aliviar sua dor completamente. Mas ver o culpado ferido tampouco vai. Justiça é importante, e deve ser executada, mas há outros dois fatores, ao menos um dos quais poderia estar movendo sua vontade de vingança. O problema é que nenhuma vingança ou justiça poderia resolver esses outros fatores. Aqui estão as outras, pouco conscientes, razões que poderiam estar incitando sua vontade de ver o ofensor sofrer:

1. Você ainda está machucado. Ou você ainda está sentindo dor emocional ou física, ou ainda que você esteja completamente de volta à vida norma, parece que nada poderia compensar pela sua perda e sofrimento passado.

2. Escondido bem no fundo de você está a necessidade de se sentir moralmente superior ao seu ofensor. Uma vítima de abuso infantil, por exemplo, muitas vezes é cruelmente manipulada pelo molestador para se sentir responsável pelo crime dele. Muitos outros que sofreram são atormentados pelo medo de que de alguma forma eles estavam sofrendo punição divina por pecados passados.

Pessoas lutando com uma delas, ou ambas, geralmente descobrem que manter a raiva contra o ofensor alivia sua própria dor e/ou culpa, ao mudar o foco de suas próprias lutas internas. Esse estratagema psicológico – um mero truque da mente – pode trazer alívio temporário, mas no final não fará nada além de atrasar a cura genuína.

Então, embora essas duas grandes necessidades possam estar subconscientemente te levando a querer que o ofensor sofra, a satisfação que você imagina que teria ao vê-lo torturado é uma miragem. Ela ainda deixaria essas necessidades em aberto.

“Mas eu ainda quero que a pessoa que fez isso sofra, não Jesus.”

Vamos explorar as consequências dessa lógica. Certamente, uma pessoa culpada nunca pode pagar a pena pelos pecados de outra pessoa culpada. As Escrituras revelam que a morte é a pena para a mínima imperfeição moral. “O salário do pecado é a morte,” (Romanos 6:23). Seria presunção que eu, ou qualquer um como eu, considerasse morrer para pagar os pecados de outra pessoa. Uma vez que eu paga minha própria pena, eu não tenho nada sobrando para pagar pelos pecados de qualquer outra pessoa. Só uma pessoa moralmente perfeita poderia sofrer e morrer, e não pelas suas próprias deficiências morais. Não é surpresa que esse conceito é tão estranho para nós – não estamos acostumados a conhecer pessoas sem pecado que voluntariamente sofreriam injustiça!

Se, contudo, a justiça exigisse que quem quer que faça algo errado deve pagar a pena por si mesmo, isto significaria que todos que tivessem a menor imperfeição moral – todo humano, exceto Jesus – deveria acabar no inferno. Isso também significaria que Jesus é um tolo equivocado, que sofreu aquela morte horrível por nada. Significaria que Deus não é o Juiz santo e correto; o senso de justiça dele seria defeituoso, e nós seriamos mais santos e espertos que ele. Já que tudo isso está fora de questão, posso sugerir que a justiça foi totalmente satisfeita?

Deixe-me explicar por que nós desesperadamente precisamos da intervenção de alguém verdadeiramente inocente – alguém que não é parte do ciclo sem fim de maldade que empestei a raça humana inteira. Suponha que um caso repugnante de abuso infantil é descoberto. O abusador – o pai da criança – é minuciosamente investigado pela polícia, psicólogos, e pelo tribunal. Acaba-se descobrindo que o próprio abusador foi vítima de um abuso tão horrível por parte do pai dele que até mesmo torne pequeno o abuso que ele cometeu. Na verdade, a criação dele o deixou tão demente psicologicamente, com ideias tão distorcidas do que é comportamento de amor natural, que é uma maravilha que ele tenha tratado o filho dele da forma tão bem como tratou. (Por favor, continue comigo: eu sei que vítimas de crimes tem o direito de vingança, não importa o que afirmam “especialistas.”) O avô agora está morto, mas o pouco que pode ser descoberto dele revela que ele também sofreu grave abuso infantil. O que pode ser feito? Nós estamos exasperados com razão por tal crime ter sido cometido. Se o abusador não merece a punição mais severa porque ele estava tão demente pelo que sofreu, como esse crime poderia ser vingado? E quanto ao avô – o abusador do abusador – que agora está morto e além do alcance dos tribunais? E se a última vítima já imitou o tratamento que recebeu, e horrivelmente abusou a pequena irmã dele?

Essa bagunça descreve a classe em que toda a humanidade se encontra. Nós arranjamos pretextos para nossas próprias ofensas, e imaginamos que os outros fizeram pior, mas nossa tendenciosa tolerância com nossa própria maldade não diminui a gravidade do que fizemos. A magnitude dos maus-tratos pode variar, mas o fato se apega como uma armadilha em nossos pescoços, de que cada um de nós foi ferido, mas, por sua vez, machucamos outras pessoas. Esse é o porquê de termos precisado de que o eterno Filho de Deus entrasse na raça humana e estivesse disposto a fazer o inimaginável – ter compaixão daqueles que merecem a punição mais severa, e nos amar tão profundamente a ponto de sofrer e morrer por cada vez que pecaram contra nós, e por cada vez que nós pecamos.

O que torna justa a extrema violação dos direitos do Inocente é que ele sofreu por vontade própria, tendo planejado cada detalhe para compensar seu sofrimento. Guiado pela sua necessidade de encontrar paz, e pelo desejo dele de ver a justiça executada a seu favor, seu Salvador fez tudo que era requerido para te libertar da necessidade sem fim, e que nunca encontrava satisfação, de extrair justiça do seu ofensor. Como você, Jesus sofreu injustiça nas mãos de homens perversos. A diferença é que o seu tormento foi involuntário; o dele foi voluntário. Ele escolheu a agonia para te justificar, e vingar o crime contra você.

Todavia, há uma questão vital, que só pode ser decidida entre o próprio ofensor e o Juiz dele. O ofensor irá apodrecer no inferno se ele morrer sem ter encarado o crime dele e admitido pra si mesmo e para Cristo que o que ele fez para você era tão mal que ele merece uma eternidade no inferno por causa disso.

Com Deus, entretanto, seus direitos e paz de mente são soberanos. Ele não deixou as coisas pela metade, de forma que você fosse deixado em nervosismo, se preocupando com as consequências. Seu Vingador vê como se, independentemente da resposta do seu ofensor, você já foi vingado. Você pode descansar em paz: a injustiça que você sofreu foi vingada até o último suspiro agonizante. O Deus Todo-Poderoso acertou as contas. Ainda mais, agora você pode seguir em frente, deixando o destino do ofensor como um assunto privado entre ele e o Deus que restaurou seu nome. O destino do ofensor será determinado no fato de se ele realmente teve uma mudança de coração e está cheio de remorso pelo que fez com você. O Juiz deve ser justo; as mesmas regras devem ser aplicadas para todos, ou Deus seria corrupto. O mesmo sacrifício humano que assegurou perdão pelos pecados que você cometeu, deve ser o mesmo pelos pecados que você sofreu. As mesmas regras que te dão uma chance de ir ao paraíso – se você se arrependeu das suas maldades e confia sua vida nas mãos de Jesus – dão ao seu ofensor uma chance. Se, entretanto, na terra ele não se arrepende do que fez a você e clama a Jesus o perdão que ele desesperadamente precisa, ele irá se arrepender por toda a eternidade pelo que fez por você – uma perspectiva indescritivelmente aterradora.



Desfrutando os Benefícios

Cristo foi mais do que apenas maculado, caluniado, traído, humilhado e torturado; ele absorveu no próprio corpo e espírito todo o abuso, crueldade e injustiça que a humanidade é capaz de por pra fora, até que isso o matou. Depois de ter sofrido a derrota definitiva, sendo bem e verdadeiramente morto, ele voltou à vida, explodindo e desintegrando triunfantemente todo traço de vergonha e dor, retornando à honra e cintilando pureza. Cristo se identificou tanto com você que sofreu e venceu, na esperança de que você, em retorno, se identificasse com ele. Ele acreditou em você. Tudo que é preciso para completar o milagre é que você acredite nele. Confiar a ele todos os aspectos da sua vida – incluindo todas as questões de justiça – irá liberar o milagre divino pelo qual você e Jesus se tornam um. Essa unidade é sem igual (1 Coríntios 6:16-17). A comparação humana mais próxima é um casamento perfeito, em que o casal é tão devotado um pelo outro que cada alegria e tristeza do parceiro, honra e vergonha, posses e obrigações se tornam um. Se um parceiro está sofrendo, dor interior atinge o outro. Se um é honrado, o outro se sente honrado. Se um tem um aumento de salário, o outro é enriquecido. Se um tem uma multa de velocidade, ambos sofrem a perda. Esta é uma vaga sobra da unicidade existente entre um picador e o Salvador dele, através do milagre do que Cristo realizou quando ele tratou como dele mesmo cada ofensa que você sofreu e cada ofensa que você cometeu.

Com o abuso infligido ao inocente Filho de Deus, o Senhor Todo-Poderoso, o Juiz de toda a terra proclamou que a ofensa contra você foi tão grave, e sua honra tão preciosa para ele, que nada menos que os horrores que Jesus sofreu poderiam acertar as contas. Agora, finalmente, você pode exultar no conhecimento que o que era devido foi pago por complete. Agora, pode haver encerramento. Quando você é um com o Salvador, você proclama com seu Senhor crucificado aquelas palavras triunfantes: “Foi consumado!”. E, como ele retornou à vida, transbordando honra e glória em perfeição, você, cuja vida foi segurada pelo que você sofreu, pode não apenas voltar a viver de novo, mas pode entrar um novo nível inteiro de vida.

Uma vez que sua união spiritual com Cristo acontece, os céus te veem de uma forma totalmente nova. A pureza de Cristo, por exemplo, se torna sua pureza. O significado disso é tão surpreendente que pode demorar anos até que apenas algumas das implicações sejam compreendidas, mas é a experiência mais libertadora que alguém pode ter. Mais do que isso, o triunfo de Cristo sobre o mal se torna seu triunfo, dessa forma te dando poder para reinar em vida como um vitorioso sobre a ofensa que ameaçou te quebrar, assim como ele foi vitorioso sobre a humilhação que sofreu. Como ele – e por causa dele – você viverá em honra eternal, totalmente livre da sua dor e vergonha passada.

Aos olhos do Juiz Final – o mais alto tribunal no universo – você foi vingado. Se você se vê dessa forma depende da sua compreensão do que Cristo fez por você. E se os outros te veem assim depende da compreensão deles. Mas Deus estabeleceu um Dia, quando todos finalmente entenderão, e esse dia nunca acabará.

Cristo suou sangue para assegurar que tudo o que é necessário para curar sua vida partida fosse feito. Ninguém fez tanto por você, nem pagou tal preço. Uma caixa de chocolates e um jantar a luz de velas nem entram na competição. E ainda assim, tristemente, essa maior prova imaginável de amor pode ainda ter um ar de irrealidade pra você. Isso, é claro, não é por causa de alguma deficiência em Jesus, mas simplesmente porque você não o conhece intimamente o suficiente para estar completamente convencido dos poderes dele e da profundidade da devoção dele por você.

Uma mulher simpática, e bem atraente, que está convencida que é gorda, feia, e desprezível de todas as formas. A única vez que homens falaram de amor para ela foi como um truque para enfraquecer a resistência dela para que eles pudessem a usar para os propósitos malignos deles. Em toda a vida dela ela não conheceu nada além de decepção, rejeição, e crueldade. Agora, o homem mais desejável que ela já conheceu começou a usar a palavra “amor”. Ele é diferente. O amor dele é genuíno. Ele pode realizar os sonhos mais apaixonados dela, mas ela continua o rejeitando, convencida de que é só mais um truque sórdido. Que chance ela tem de descobrir que ele é genuíno se ela continua o repelindo? É assustador, mas a única forma da tragédia do amor rejeitado pode ser evitada é que ela se aproxime dele como pode, se abrir pra ele o tanto que ela ousa, e gradualmente aprender a confiar nele. Pode levar anos para que ela seja convencida o suficiente para se casar com ele. Mesmo então ele pode ter apenas a ideia mais vaga da profundidade do amor dele por ela e de quão deslumbrantemente linda ela é aos olhos dele. Ela ainda pode temer que ele a deixe, com tudo dentro dela gritando que ela é antipática e que no máximo o amor dele por ela deve ser superficial. Quanto mais tempo ela gasta com ele, o ouvindo, o observando, acreditando nele, mais ela vai compreender que é verdadeiramente amada, e a avaliação severa dela mesma gradualmente será dissipada. Quanto mais ela aprende a confiar e se aproximar desse homem, mais curativa será a experiência.

Essa analogia aponta para a maior das curas. A única maneira de saber uma fração da incompreensível vastidão do amor de Cristo por você, e os enormes benefícios do que ele fez por você, é se aproximar mais e mais de Jesus. Você nunca saberá, se não gastar tempo com ele, compartilhando seu coração com ele e conhecendo-o melhor e melhor.

Muitos de nós sentimos que nossa necessidade primária não é terapia, mas um relacionamento que mude nossas vidas; não um programa especial, mas uma pessoa especial. Embora essa seja uma verdade emocionante, nós devemos deixar os contos de fada para trás e encarar a realidade. Nem mesmo o melhor romance que a humanidade pode oferecer satisfará sua necessidade. Na verdade, não ouse confiar num humano – o melhor e mais romântico dos quais é falível – até que você conheça intimamente o Senhor fiel, o único que dá a segurança que você precisa para ser sustentado nas vezes que os relacionamentos humanos não corresponderem aos seus sonhos. Jesus é diferente de todos que você já conheceu. Ele é genuíno, bom, forte, e fidedigno. O amor dele é real. Ele é perfeito. Ele não apenas simpatiza com sua dor, ele fez dela a dele mesmo. Aconchegue-se a ele. Deixe o amor dele respingar em você. Levará uma vida inteira de intimidade para compreender a menos sugestão de quão precioso você é para ele, e o que ele fez por você. Então, quanto mais cedo você começar, mais cedo os benefícios vão começar a fluir na sua vida.

Nossa carência não é um certo milagre espetacular, nem mesmo uma revolução espiritual baseada no sacrifício de Jesus (tão essencial como é). Nem mesmo um relacionamento de uma semana com o próprio Deus será suficiente. Nossa necessidade desesperada é uma intimidade sempre crescente e sem fim com nosso Salvador. Só isso dará a segurança que precisamos, construindo nossa confiança naquele que acabou em agonia por nós. Só tal intimidade irá continuamente permitir que a vida e a cura de Deus fluam nas nossas vidas. Assim como fisicamente precisamos de oxigênio todo o tempo, nós espiritualmente precisamos de Jesus.



Aproveitando a Vingança Definitiva

Aproveitando a Vingança Definitiva

Muitas pessoas dotadas com o potencial de serem campeãs e heróis nunca serão aclamados como tal, simplesmente porque a vida nunca os apresentou as circunstâncias adversas necessárias para mostrar as habilidades deles. Por exemplo, você não pode ser um herói de Guerra se o seu país está em paz. Outro exemplo: o que transformou a viagem de Douglas Mawson à Antártica numa façanha heroica marcante foi perder muito do abastecimento numa fenda. Da mesma forma, aos olhos do paraíso, a injustiça que você sofreu é a coisa capaz de te transformar num herói aclamado eternamente, se você responder ao desafio com o perdão de Cristo.

Apesar do seu ofensor nunca tivesse a intenção de te dar a chance de brilhar para sempre, isso é exatamente o que ele fez. Quando rendido a Cristo, a tentativa do seu ofensor de te levar para baixo irá te levantar. Na genialidade criativa de Deus, ele deseja não somente te compensar eternamente por tudo que você sofreu, ele irá usar a injustiça que você sofreu como seu degrau para a grandeza.

Por toda a eternidade você irá desfrutar do último riso.



Alegria Maximizada

Anteriormente, tiramos conforto da percepção de que o intelecto infinito do Deus Todo-Poderoso dá a ele a habilidade única de se focar em tudo (incluindo nossa própria necessidade) simultaneamente. Essa é uma das maneiras em que somos exatamente o oposto de Deus. Quando nos focamos em algo, todo o resto sai do foco. Em nenhum lugar isso é mais perigosamente evidente do que quando nos fixamos no pecado de outra pessoa. O resultado é que aos nossos olhos – não aos de ninguém mais – nosso próprio pecado fica ofuscado, de forma que começamos a perder a sensibilidade em relação às nossas próprias deficiências. Rapidamente, isso resulta em hipocrisia, nos colocando em grave perigo spiritual. Nossa personalidade se torna mais e mais feia e manchada pelo pecado, e nós nem ao menos percebemos. As pessoas mais prováveis a cair nessa temível armadilha são aqueles que se sentem assombradas e com nojo do próprio pecado. Elas descobrem que se focar no pecado de outra pessoa – geralmente alguém que fez mal a elas – diminui a angústia, e então eles quase inconscientemente usam isso como forma de sobreviver. A única solução segura para sentimentos desagradáveis sobre nós mesmos, contudo, e se focar não no pecado de outra pessoa, mas na pureza de Cristo. Idealmente, nós deveríamos vislumbrar nossa própria feiura espiritual só o suficiente para sermos levados a Cristo pelo perdão dele, então precisamos fixar nosso olhar na beleza de Cristo. Essa ação em duas vertentes – reconhecer seu pecado e manter seus olhos em Cristo – irá remover a culpa e transformar uma pessoa como nada mais pode no universo.

Inevitavelmente, nos transformamos cada vez mais naquilo que nos focamos. É uma perspectiva horripilante se nós continuamos a habitar nos pecados que alguém cometeu contra nós. Sem perceber, vamos nos tornando como a pessoa de quem nos ressentimos, mesmo que estejamos convencidos de que isso não está acontecendo, porque manifestaremos nossa feiura de uma forma ligeiramente diferente. Todavia, esse princípio da vida se torna uma perspectiva gloriosa se mantemos nossas mentes em Jesus, que é de todas as formas desejável – nós nos tornaremos cada vez mais como ele.

Quando dirigimos um carro, nós iremos bater, a menos que nos disciplinemos a continuar olhando na direção que desejamos viajar, com no máximo uma olhada breve, ocasional a qualquer outra coisa. Igualmente, a única maneira de conduzir com sucesso nossas vidas para longe de agir como a pessoa que nos machucou é fixar nossos olhos na perfeição moral, sabedoria, e amor de Jesus. Em contraste, ressentimento nos faz manter focando no comportamento vergonhoso de uma pessoa. O resultado inevitável de deixar que isso controle nossas mentes é que elas vão se agitar com feiura, ódio, e a baixa moral da outra pessoa até que nosso próprio comportamento começará a refletir nosso pensamento. Na verdade, você já considerou que o desejo de ver alguém tratado de forma tão ruim como ele te tratou te trás a mesma profundidade moral dele? Deixe o ressentimento controlar sua vida, e você se fixará tanto ao pecado da outra pessoa ao invés da pureza que você vai acabar numa versão do mesmo comportamento que você despreza. Mas se, no lugar, nós habitualmente olhamos para Jesus, nossas vida se encherão com a beleza, amor, paz e liberdade que o caracterizam.

Por você, o santo Filho de Deus se deixou ser o brinquedinho do diabo; violado fisicamente, quebrado emocionalmente, estuprado espiritualmente pelo mal. Você deixará a magnitude do sacrifício dele acalmar sua raiva e te dar paz? Amargura é como um arame farpado dentro de você. Você deixará o amor dissolvê-lo?

Nós revelamos muitas razões profundamente tocantes para se chegar tão próximo quanto podemos de Jesus e ficar lá. E há uma multidão de razões que nós nem ao menos tocamos. Então, porque não começar agora mesmo, oferecendo o que pode ser a oração mais honesta que você já proferiu? Tente algo como isso:

Precioso Jesus,

A maior parte dessa webpage parece boa demais para ser verdade. Pensar que sou o foco de um amor tão incompreensível e que finalmente pode haver fim para a terrível época que eu tive é quase inacreditável. Eu preciso que você abra meus olhos para a perfeição da sua justiça. Exploda todo impedimento para a minha compreensão do seu amor pessoal por mim.

Eu estou tão acostumado a me sentir forçado a me defender por conta própria que continua sentindo a necessidade de planejar minha revanche, mesmo que a amargura esteja me devorando e arruinando minha vida. À medida que meu desejo de vingança e questões de justiça incessantemente se agitam dentro de mim, sou forçado a admitir que essas questões são grandes demais para qualquer mortal manejar. Eu preciso de ajuda sobrenatural. Sim, eu preciso de você desesperadamente. Mesmo assim, eu continuo querendo executar minha própria justiça e proteger meus próprios interesses porque é tão difícil confiar em você para fazê-lo apropriadamente.

Como eu posso confiar em você para tomar conta das minhas necessidades quando eu duvido que minhas preocupações são tão importantes para você quanto são para mim? E como eu posso saber a profundidade do seu amor desinteressado e devoção por mim quando eu não me deixo me aproximar de ti? Você parece tão irreal, tão distante, e, ainda assim, eu não posso esperar mais quando, guiado pela minha insegurança, nervosamente te mantenho à distância dos meus braços. Que coisa! Eu não confio em você o suficiente para me aproximar, e não me aproximo o suficiente para aprender que posso confiar em você. Esse ciclo vicioso é forte demais para ser quebrado apenas pelos meus esforços. Sim, eu preciso da sua ajuda nisso, também. Eu sei que você já tomou a iniciativa ao renunciar seu direito de justiça e sua habilidade de aplicá-la, e voluntariamente sofreu a injustiça definitiva por mim, dois mil anos à frente de mim. E, gananciosamente, busco em ti ainda mais ajuda, mas agora eu determine que vou cooperar com você para fazer o que eu puder para quebrar essa prisão.

Eu me comprometo a me manter pressionando mesmo com minhas dúvidas, e me aproximar de você, para que possa te conhecer melhor. Eu acredito que isso não apenas irá parar o ciclo negative que tem deformado minha vida, mas vai começar um novo, positivo e excitante. Quanto mais perto eu chego de ti, melhor eu te conhecerei. Quanto mais te conheço, mais te amarei e confiarei em você. E quanto mais te amo e confio em você, mais perto eu vou querer chegar e de ti, e melhor vou te conhecer. Que esse ciclo positivo continue a crescer na minha vida para sempre, me dando eu compreensão sempre mais profunda do seu amor, e me libertando das emoções negativas que escurecerão minha vida. Obrigado, pois enquanto eu faço tudo o que posso para chegar a ti, você fará tudo que eu não posso fazer, e atenderá minhas necessidades de amor, paz, alegria, segurança, e tantas outras coisas que estão além do meu alcance.

Eu estou começando a acreditar que na cruz você se entregou por mim. Então, o tanto que eu posso, agora retribuo seu amor e me entrega a ti; confiando em ti para cuidar de mim. Como você se identificou com meu sofrimento, eu me identifico com você. Assim como você levantou dos mortos, triunfante sobre o horrível abuso dos seus direitos, eu me apego a você para, da mesma forma, começar uma nova vida, triunfante sobre o que sofri. Eu me uno a ti, de forma que suas vitórias são minhas vitórias, e seus interesses são meus interesses.

Assim como Deus graciosamente aceitou seu sacrifício como suficiente para pagar meus pecados contra ele, eu agora aceito seu sacrifício como suficiente para pagar os pecados do meu ofensor contra mim. Como você perdoou aqueles que vergonhosamente te fizeram mal, eu perdoo os que fizeram mal a mim. Eu pararei de tentar planejar minha própria vingança, para que possa demonstrar minha fé de que você está resolvendo perfeitamente todos os problemas que me preocupam. Quando os velhos ressentimentos vierem à mente, os afastarei, para que possa fazer de ti meu Deus, te fazendo o foco do meu pensamento, como você deseja, e para que meu coração e seu coração possam bater como um.

Obrigado, pois não importa meu passado, você está ansioso para me limpar de qualquer e todo pecado que eu confessor e quiser removido da minha vida. Como alguém temendo diagnóstico de câncer, eu tentei me desculpar, esconder e afastar da minha consciência meus pecados. Eu temi a verdade sobre mim mesmo, preferindo viver em negação, porque suspeitei que meu problema com o pecado fosse incurável, ou que o tratamento seria doloroso. De fato, seria uma agonia insuportável e terminal, mas você mesmo sofreu a agonia – o caminho todo até a morte – para fazer a cura não apenas possível, mas rápida e indolor para mim. No seu assombroso amor, você sofreu o destino que não merecia, para me poupar do destino que eu merecia. A única coisa que agora é dolorosa e terminal para mim é vive em negação.

Eu temi não ser bom o suficiente para ser o foco do seu amor e aprovação. Eu agora acredito que você é tão bom e tão amável que deseja me perdoar, não importa quão mal eu fui. Você é o único cirurgião de almas da humanidade. Tudo o que você pede é que eu, por assim dizer, assine o formulário de permissão, dando a ti autorização para me operar e remover minhas manchas morais. O pecado é uma doença terminal, e já que você deixará qualquer pecado que eu me recusar a confessar, eu peço que você ilumine minha vida com seu holofote nos cantos mais escuros dela, e me faça ver e encarar aquelas coisas que eu devo pedir que você remova.

Obrigado por ter bons planos para mim. Eu confio no seu amor e sabedoria; acreditando que você tem meus melhores interesses no coração, até mais do que eu jamais tive. Então, te convido a tomar controle da minha vida. Eu descanso em ti.



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